História da Cidade

CAMARAGIBE – HISTÓRICO – ORIGEM 


Uma Casa Grande, que apresenta marcas fortes de uma época de maior explendor do ciclo de açúcar, sobreviveu até os nossos dias, em localização privilegiada que hoje denominamos de Região Metropolitana do Recife, é a Casa Grande do Engenho Camaragibe. 

Testemunha de toda trajetória da economia canavieira em Pernambuco, desde sua fase mais remota do século XVI, somente a partir do século XVI, é que esse Engenho foi se integrando ao crescimento urbano do Recife, e como tantos outros situados na Várzea do Capibaribe, deu origem ao bairro que passou a levar seu nome. O engenho Camaragibe foi fundado em 1549 e era um dos mais prósperos da região até a invasão holandesa em 1645. Em 1891, a propriedade foi vendida à Cia. Industrial Pernambucana – CIPE, que desenvolveu um programa social para seus operários através da construção de uma vila operária, a primeira do gênero na América Latina. 

Camaragibe é um município novo, tendo sido desmembrado da cidade de São Lourenço da Mata através da Lei Estadual nº 8.951 em 14 de maio de 1982, comemorando este ano de 2007, 25 anos de emancipação. 

É muito rica a história desse Engenho, e é notável observar-se que as informações existentes sobre o mesmo, permitem formar um quadro quase completo dessa antiga propriedade rural, desde sua fundação até os dias atuais. 

As referências mais antigas sobre Camaragibe, remontam ao período inicial da colonização em Pernambuco, à época das primeiras distribuições de terras na capitania. Em 1549 o Engenho já estava funcionando e foi mencionado por Duarte Coelho, 1º Donatário da capitania, em carta dirigida ao Rei de Portugal, D. João III, datada de Olinda, 24 de novembro de 1550, como “de todo mente e corrente e cada dia se fazem fortes as casas deles”. 

A origem do nome da cidade é de um vocabulário de origem Tupi, corrutela de Camará-Gype, no rio do Camará. – Terra dos Câmaras. Camará é uma planta que existia em abundância, denominada lantana brasienses (da família das Verbáceas). 

CAMARA → PLANTA 
YEB → TERRA 
GIBE → FRUTO DO CAMARÁ 



ASPECTOS GERAIS/ CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 


O território de Camaragibe corresponde a uma área de 52,9 Km² (FIDEM), correspondendo a 1,84% da RMR e 0,05% do Estado, de acordo com a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo nº 32/97, o município é totalmente urbano, não possuindo área rural. 

Camaragibe integra a Região Metropolitana do Recife – RMR, localizado a 16 km da capital – Recife, sendo um corredor de ligação para o interior do Estado e enquadrasse fito geograficamente na Zona da Mata Norte, através da rodovia estadual PE-05. 



Tem como limites:


• Norte: os municípios de Paudalho, Paulista e Recife 
• Sul: o município de Recife 
• Leste: o município de Recife 
• Oeste: o município de são Lourenço da Mata 

Com uma população de 145 676 hab. (estimativa IBGE/2011) e densidade demográfica 2 644,66 hab./km², esse contingente populacional encontra-se distribuído em dois ambientes urbanos, marcados por realidades bem distintas, em relação às condições sócio-econômicas, padrão de ocupação e adensamento. Essa distribuição espacial reflete claramente a lógica do atual contexto de expansão capitalista, que vem propagando a homogeneização de certos espaços e a fragmentação de outros, provocando efeitos contraditórios de inclusão e exclusão social dentro do próprio território municipal e na sua inserção metropolitana. 

O ambiente que corresponde à área central da cidade (porção sul do território municipal) é marcado por um relevo extremamente acidentado, e alta densidade populacional. Lá se encontra mais de 80% da população, concentrada numa área equivalente à metade do território municipal. 

Tal adensamento populacional, característico das últimas décadas do século XX, decorreu do processo de ocupação da periferia da região metropolitana pelas populações advindas do meio rural do Estado. O êxodo rural, na perspectiva de uma melhor oferta de trabalho no setor industrial, para a capital – Recife - um grande contingente humano, uma média de 21.827 imigrantes (Programa Metrópole Estratégica), em busca de possibilidades de adquirir moradia ou terrenos a preços mais acessíveis, passando a ocupar a periferia das cidades situadas no entorno do núcleo metropolitano. Observa-se então um intenso processo de ocupação desordenada do solo urbano, principalmente nas áreas de morros, e baixos alagáveis. Atualmente, cerca de 2/3 da população do município se encontra nessas áreas, sendo que aproximadamente a metade dessas pessoas vive em áreas de risco permanente, nos períodos de inverno. A segunda realidade urbana é observada na zona norte da cidade – identificada como região de Aldeia (RPA 4), correspondente ao restante do território municipal. Nessa região, observa-se um processo de ocupação em transição entre o rural e o urbano, caracterizado pelas chácaras e sítios de recreio e condomínios residenciais horizontais de baixa densidade, com alto e médio padrões habitacionais. Sua ocupação rarefeita em parte se deve à localização em uma área de proteção de mananciais, muito embora, se observe atualmente uma forte pressão imobiliária, que se constitui em ameaça ao território de maior potencial ambiental e turismo para o município. A população que ocupa essa área na sua maioria apresenta melhores condições sócio-econômicas que na área central. 

É interessante ressaltar, na caracterização de contexto urbano, dois aspectos importantes: a mobilidade urbana e o processo de conurbação do município. 

A configuração da rede de mobilidade urbana é marcada por dois eixos principais: as rodovias estaduais PE-05 e PE-27. Estas rodovias atravessam o município, respectivamente, no sentido Leste-Oeste, cortando a área central da cidade, e no sentido norte-sul, cortando a região de Aldeia. A partir destes eixos secundários do comércio e serviços locais, na perspectiva de novas centralidades a surgirem nas micro-localidades. Com relação à expansão da malha urbana e sua integração com o entorno metropolitano, observa-se que a área central da cidade se encontra totalmente conurbada com os municípios do Recife, nas porções leste e sul do território e São Lourenço da Mata, na porção oeste. 

Com relação à expansão da malha urbana e sua integração com o entorno metropolitano, observa-se que a área central da cidade se encontra totalmente conurbada com os municípios do Recife, nas porções leste e sul do território e São Lourenço da Mata, na porção oeste.



ASPECTOS FÍSICO-AMBIENTAIS 


O ambiente natural vem sendo ameaçado pelo relevo acidentado e pelo fluxo migratório no Estado, em relação RMR (Região Metropolitana do Recife) para o centro da cidade. O clima é tropical quente e úmido, com precipitação anual de 1.968 mm e temperatura média de 26º C. Quanto à hidrografia, Camaragibe é banhada pelo rio Capibaribe e pelos riachos Timbi, Besouro, Camaragibe e Pedrinhas. A cobertura vegetal estimada para o município é de 7%, e em Camaragibe se encontra uma das maiores reservas florestais, com resquícios de mata atlântica da Região Metropolitana do Recife, o “Privê Vermont”. Essa área é protegida pela Lei de Parcelamento, uso e ocupação do solo de Camaragibe, como também a região de Aldeia. Além das áreas com resquícios de mata, a vegetação predominante no município é composta por capoeira, capoeirão, vegetação hidrófila, canavial, coqueiral e cultura de subsistência.


Curiosidades:

- Em 1901, iniciou-se a construção do cemitério público na administração do Prefeito de São Lourenço da Mata, Dr. Francisco de Paula Correia de Araújo.

- Em 1944, foi construído o mercado público, na administração do Prefeito de São Lourenço da Mata, Anacleto Silva.

- No ano de 1949, foi inaugurado o Seminário Cristo Rei.

- Em 1970, foi instalada a Faculdade de Odontologia de Pernambuco – FOP.

- A primeira agência bancária a ser instalada foi a do BANDEPE, atual BANCO Santander Brasil, na localidade do Bairro Novo, em 1987. Hoje temos agências do BRADESCO, BANCO DO BRASIL, BANCO ITAÚ, E CAIXA ECONÔMICA FEDERAL.

- Dispomos de uma agência dos Correios.

- O serviço regular de energia elétrica é gerado pela CELPE.


MEIOS DE TRANSPORTE

Os primeiros transportes que surgiram em Camaragibe, foram os de tração animal, e todo produto da cana-de-açúcar era transportado em carroças. Com o passa do tempo foram surgindo outras lternativas de transportes mais rápidos e resistentes como o trem e o ônibus.

A estação de trem da Great Westem e o Telégrafo Nacional foram inaugurados a 24 de outubro de 1881.

Com a enchente do rio Capibaribe, em 16 de junho de 1965, fez reunir a ponte Caxangá, daí então, entrou em funcionamento o trem de subúrbio da Rede Ferroviária Federal S.A. para atender o deslocamento da demanda de transporte coletivo do município para capital do Estado.

Com o passar do tempo, foram surgindo outras alternativas de transportes, como os ônibus.

Em 26 de dezembro de 2002, foi inaugurado o Metrô de superfície em Camaragibe. O METROREC, empresa operadora do sistema, tem como filosofia operacional, a prestação de serviços de qualidade com uso de tecnologia avançada. No sistema de integração em terminal fechado, o usuário, com apenas um bilhete, pode circular por toda a RMR, utilizando o ônibus e o metrô de forma confortável, segura e rápida, diminuindo assim a distância entre Camaragibe e as outras cidades da RMR e bairros do Recife.

PONTOS TURÍSTICOS HISTÓRICOS

BANDEIRA DO MUNICÍPIO

A bandeira de Camaragibe, foi instituida no dia 26 de Agosto de 1983. Seu autor é Adeildo Pereira da Silva.
Seus simbolísmos: O AZUL CELESTE representa o céu puro, o BRANCO a paz, o VERDE as matas, as quatro estrelas amarelas diagonais representam a localização do município de São Lourenço da Mata, Paudalho, Paulista e Recife e a estrela central de cor verde simboliza Camaragibe, na esperança de um município que vem surgindo. A cruz vermelha representa a religiosidade. Os ramos representam um arbusto que encontra-se em abundância na região, o camará, de onde originou o nome do município. A faixa branca com a frase fé e esperança significa fé em Deus e esperança em um eterno progresso.

A FÁBRICA DE TECIDOS 

A primeira indústria têxtil pernambucana, surgiu em 826, foi também a 2ª do Brasil. Foi seu proprietário, o político Gervásio Pires Ferreira, instalando-se no Recife, “no bairro da Boa Vista, ao lado da rua da Glória, que dá para o rio, tendo, assim, a vantagem de um excelente porto de serviço”, possuindo para tanto, uma máquina de potência. Trabalhavam nela mais de cinquenta escravos, diversos artistas e outros operários humildes. Após o fechamento da fábrica, outras tecelagens foram surgindo em Pernambuco, tendo no ano de 1866 o número de dez. 

Todavia, estabeleceu-se definitivamente a indústria têxtil em nosso Estado, a partir da década de 1899, com o aparecimento da maior capacidade produtiva e consequente absorção de mão-de-obra, como foi o caso da CIPER, fundada em 20 de janeiro de 1891, em Camaragibe. Vale salientar, que ela se destacou em termos regionais pelo seu volume de produção e, nacionalmente, pela sua importância no programa social ali desenvolvido, em benefício dos seus operários, que objetivava um padrão de vida mais condigno e humano. E tudo isso, deveu-se à coragem e a perspicácia de um capitão da indústria, Carlos Alberto de Menezes, que nessa obra foi o pioneiro no Brasil. 

A história da Companhia Industrial Pernambucana está intimamente ligada ao desenvolvimento social e industrial da nossa terra, tendo em Carlos Alberto de Menezes um de seus grandes líderes, que pôs em prática nas suas unidades fabris de Camaragibe e Goiana, o seu denotado projeto, criando a primeira “Corporação Operária”. 

Iniciativa sem precedentes naquela época, esta corporação adquiriu mais tarde reconhecimento legal, e exerceu grande influência benéfica no relacionamento trabalhista entre patrões e empregados. A sua revolucionária investida remodelava velhos conceitos, aqui existentes, ao ponto de introduzir nos Estatutos das Companhias, normas de cristianismo social, que seriam correlatadas à assistência e previdência sociais, o cargo da empresa, sendo depois transferidas às sociedades operárias. O progresso foi tão rápido que não deu tempo para a adaptação. Do lar, a família foi levada à fábrica numa transição sem ajuste, não sabendo como afastar os perigos dessa nova condição de vida. 

Sendo uma das maiores de Pernambuco, com sua sociedade organizada, a CIPER, tinha por objeto, a exploração de uma fábrica de tecidos e uma cerâmica no Engenho Camaragibe. 

A fábrica de tecelagem de Camaragibe possuía 584 teares e 12.488 fusos de procedência inglesa, com capacidade para produzir 7.000.000 de metros anuais de tecidos (linho, brins, popelines, tricoline e zefires); consumir 840.000 kg de algodão, com força de 950 Hp, e empregava aproximadamente, 1.400 operários. Este importante cotonifício marcaria, de forma salutar, a história da indústria têxtil brasileira. 

Homem de uma fé inabalável e de espírito altruísta convidou e ofereceu seus préstimos, ao sucessor de Dom Bosco, D. Rua, para começar um colégio no Recife. Além de seus méritos como técnico, urbanista e empresário, também se destacou como vice-presidente do 1º Congresso Católico Brasileiro, defendendo a tese “Sociedade de Mútuo Socorro entre os Operários”, na qual tratava da questão social. 

Devido o seu prematuro desaparecimento, o prosseguimento das metas sociais deste intrépido cidadão, interrompeu a continuidade de sua obra, sobretudo quando todo o complexo agro-industrial passou a outrem, fazendo com que a Usina de Goiana viesse a fechar. 

Em 1987, a CIPER – Companhia Industrial Pernambucana , foi adquirida pelo Grupo BRASPÈROLA, do Espírito Santo, fundado há 48 anos, que produz 70% dos tecidos de linho do Brasil e 7% do produto em termos mundiais. Tinha uma produção estimada em 200 a 300 mil metros/mês de tecido de linho, cuja matéria-prima era importada do norte da França e da Bélgica, do Vale do Rio Escaut. 

Em ritmo acelerado de desenvolvimento, exportava grande parte de sua produção de tecidos, que são de alta qualidade, além do Japão, para os Estados Unidos, a Europa e o Canadá. 

Produzindo tecidos de linho, brins, popelines, tricolines, além de fios de algodão cardados e penteados, detém no mercado de mão-de-obra, em torno 1.000 empregados e um capital social naquela época, de Cz$18.197.229.865,57. 


A VILA OPERÁRIA 

Na vila de Camaragibe foram criados Clube Musical, Clube Dramático e mantidos uma Caixa Econômica Escolar, Sociedade de Mútuo Socorro e quatro escolas para todas as faixas e turnos. Tomando, cada vez maior impulso, a CIPER inaugurou em Camaragibe, uma Vila Operária, com cerca de quatrocentas casas populares, um cinema, uma capela e três armazéns, organizados em sociedade cooperativa, beneficiando todos os seus empregados 







A CASA DE MARIA AMAZONAS 

Uma das edificações mais antigas de Camaragibe é o casarão pertencente à Dona Maria Amazonas Mac Dowell, onde nela residia desde o seu nascimento, a 14 de janeiro de 1908. Pertenceram à sua família, influentes e notáveis políticos, tanto da Província de Pernambuco como do Império do Brasil. 

O secular casarão possui 02 pavimentos, 07 salas, 11 quartos e uma capela sob a invocação de São Tiago. De linhas barrocas, o orago tem um rico alto-mar, uma grande imagem de seu padroeiro (além de outras), consolos ao estilo Brenguer, além de um belíssimo lampadário de prata. Todo este acervo foi trazido de Portugal. 

A Casa Grande do antigo Engenho Camaragibe foi tombada pela Fundarpe como Patrimônio Histórico. O casarão do século XVII é conhecido entre os moradores como “Casa de Maria Amazonas” e se transformou num dos principais pontos turísticos da cidade. 


O SEMINÁRIO CRISTO REI 

Inaugurado pelos padres do Sagrado Coração de Jesus, em 1949. Na década de 1970, o Seminário foi transformado em Centro de Treinamento para grupos religiosos, de saúde e educação e os padres foram para o de Jaboatão – Moreno. Situado na Rua Belmino Correia, 114. 





CONVENTO CARMELITAS 


Estabeleceu-se no Recife em 1924, sendo transferido para Camaragibe em 1954. Abriga as Carmelitas Descalças (monjas reclusas). Está situado na Rua Belmino Correia, 119. 





A ESCOLA JOSÉ COLLIER 

- Cento e sessenta e seis ou oitenta anos? – 

É bem verdade que a Escola da Companhia Industrial Pernambucana foi fundada em maio de 1902, quando o primeiro grupo das irmãs da Sagrada Família chegou ao Brasil, daí esta completando oitenta anos de existência... 

Contudo, a história da Escola da CIPER vai mais longe ainda, quando, em maio de 1816, uma jovem francesa resolveu organizar um grupo de religiosas, fundando uma Congregação, com a finalidade de dedicar-se a educação das crianças pobres. É de Santa Emília de Rodat, que estamos falando: dela que, ao fundar sua Congregação, dizia: “Fundando a Congregação, pensei somente nos pobres... Não foi para educar as jovens ricas, mas para instruir os pobres”. 

Sendo assim, podemos dizer também, que a Escola da CIPER existe há cento e sessenta e seis anos, pois já vivia no coração e no pensamento de Santa Emília de Rodat, o que se tornou realidade, quando chegaram às primeiras irmãs, que foram: Marie Jeanne, Benjamine Marie, Marie Josepha, Marie Regina, Marie Tarcitíus, Marie de Jesus e Marie Cornelie.
Como chegaram ao Brasil, a Pernambuco e a Camaragibe.

Fonte: Pesquisa da Internet

5 comentários:

  1. Show!!
    32 Anos morando aqui e não sabia a historia de camaragibe.

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  2. 1982 sou da gema , orgulho de ser Camaragibence

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  3. Poderia botar o nome das famílias antigas e dicas de Camaragibe né? Q nu caso são 3 .Mac Dowell,família Cruz, e não lembro da outra

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